O que é Cutelaria?
- Dk_ cutelaria
- 22 de jan. de 2024
- 4 min de leitura
Atualizado: 25 de abr. de 2024

Todo mundo tem uma faca em casa. Seja uma faca simples para comer ou cozinhar, ou aquelas super profissionais e específicas, como uma faca para corte de sashimi. Ou até mesmo, uma faca utilizada para defesa pessoal.
Independente de qual seja, esse objeto é produzido por um ramo conhecido como cutelaria. Um ofício muito utilizado no dia a dia, mas um tanto desconhecido que iremos te apresentar hoje. Bora conhecer?
O que é cutelaria?
O nome pode até soar estranho e esquisito ao ouvido de muitos, mas a cutelaria é uma arte milenar essencial ao cotidiano, e tem um espaço mais do que especial no coração dos colecionadores.
Isso porque o ofício cuteleiro, como a própria origem do termo em Latim, Cutellum (faca) explica, é voltado à produção de instrumentos metálicos de corte e perfuração, como facas, navalhas, espadas, machadinhas, facões, etc, e seus adereços como cabos, bainhas, suportes decorativos, entre outros.
Tudo que envolve esse universo é produzido pelo ramo cuteleiro, que é uma das profissões mais antigas do mundo. Atualmente é possível encontrar dois estilos de cutelaria, a artesanal, feita por artesãos, que fazem um trabalho personalizado e com estilo próprio, e a industrial, de larga escala, possível de ser encontrada em diversas lojas.

História da Cutelaria
Historiadores afirmam que a cutelaria surgiu com o início da civilização humana. Por necessidade, os primeiros habitantes do planeta utilizavam pedras lascadas ou ossos em formato triangular, com dois gumes para cortar, raspar, caçar, produzir ferramentas e até mesmo bater em alimentos.
Com o domínio do fogo, os materiais utilizados para a fabricação de objetos cortantes passaram a ser o estanho, o cobre e o ferro. Por ser um material mais resistente e maleável do que ossos e pedras, os metais assumiram formas e funções mais sofisticadas. O avanço da tecnologia possibilitou estes objetos cortantes ganharem novas composições, passando a ser mais resistentes.
As primeiras facas de metal eram de cobre e possuíam um formato simétrico, ou seja, seus dois lados da lâmina eram cortantes. Apenas com a descoberta do bronze, algum tempo depois, que as facas passaram ao formato tradicional que conhecemos hoje, com apenas um gume, ou lado cortante.
Para manusear e transformar os metais em ferramentas, os ferradores, ou cuteleiros, como seriam conhecidos mais tarde, utilizavam fornalhas em temperaturas extremamente altas, e moldes feitos em pedra.
Foi a partir destes períodos que a cutelaria ganhou papel de destaque no desenvolvimento da sociedade, pois auxiliou no aprimoramento da caça e agricultura. Desde o início da profissão, o cuteleiro possuía uma posição de destaque na sociedade, já que era responsável pela produção de artifícios importantíssimos, como adagas (pequenas espadas), facas, espadas, etc.

Tempos Modernos
Quando um apaixonado por pescaria decide comprar uma faca para pesca, ele analisa o produto escolhido buscando durabilidade, qualidade, um design e acabamento atraentes que valorize o dinheiro investido, proporcionando a ele, orgulho.
Com peças cada vez mais elegantes, refinadas, com qualidades técnicas e de corte, além de beleza e personalizadas, esses artigos entram no coração de grandes admiradores do universo cuteleiro, bem como colecionadores. Por isso, a cutelaria moderna é vinculada à arte.
Um grande exemplo é o universo gastronômico, em que peças exclusivas e de fabricação artesanal, são cobiçadas pelos apaixonados por cozinha. São diversos tipos de facas, desde de facas próprias para vegetais, para cada tipo de carne, pães, queijos, etc. Cada uma delas se torna um item único, tornando a cozinha um ambiente cada vez mais personalizado e funcional.
Na cutelaria moderna, o aço é a principal matéria-prima para a produção das lâminas. Sendo o resultado de uma combinação entre ferro e carbono, ele apresenta grande durabilidade devido sua dureza e poder de afiação.

Cutelaria artesanal x Cutelaria industrial
Atualmente, o ofício cuteleiro mescla a tecnologia das máquinas com as técnicas artesãs da profissão, tornando o trabalho um tanto quanto facilitado para quem produz, sem tirar a qualidade e personalização de cada peça produzida. O que pode gerar uma certa confusão para os leigos do assunto, afinal, a cutelaria moderna é ou não artesanal?
A principal diferença entre o processo artesanal e o industrial é a escala. O artesão, realiza praticamente todos os processos durante a fabricação, podendo ou não utilizar ferramentas tecnológicas para acelerar e facilitar o processo. No entanto, o processo ainda continua muito mais lento do que no processo industrial. Tornando então, cada peça única e agregando um valor à produção.
Outra diferença é o fato do cliente poder escolher como quer o modelo, qual será o material do cabo, coloração do cabo, estilo da lâmina, qual aço será usado, ou seja, o cliente pode escolher cada detalhe da peça.
Enquanto que, no processo industrial as facas são produzidas em larga escala por máquinas próprias para esse tipo de produto. Isso, com certeza, facilita o processo e baixa custos para os grandes produtores. No entanto, esse tipo de produção traz um valor agregado final bem baixo, com qualidade inferior, nada de personalização e uma durabilidade mais baixa em comparação ao produto artesanal.
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Revisão Técnica: Douglas Kuster